Nova política – Alcolumbre: 2 inquéritos no STF sobre grana de campanha, irmão suplente, tio homenageado e gasolina no posto do outro tio

Não deixa de ser tragicamente engraçado. Davi Alcolumbre (DEM-AP), novo presidente do Senado, venceu a disputa falando em "nova política". Tão nova que rasgou seis artigos do Regimento Interno. Isso nada tem a ver com Renan Calheiros (DEM-AL) ser bom ou mau. O precedente é que é um desastre. Alcolumbre poderia, ao menos, ser professor de Educação Moral e Cívica, a disciplina que Bolsonaro pretende reinserir nas escolas. Será mesmo? O homem é investigado em dois inquéritos no Supremo, um deles corre em sigilo. Estão relacionados à apresentação de notas frias para justificar gastos de campanha em 2014. Um dos documentos que ele encaminhou como prova trazia uma assinatura falsa. Numa das manifestações da Procuradoria Geral da República, lê-se:
"Há referência a cheques vinculados às contas da sua campanha eleitoral que, embora emitidos nominalmente a empresas que teriam prestado serviços ao então candidato, foram em parte endossados a Reynaldo Antônio Machado Gomes, contador da campanha de David Alcolumbre, e parte sacadas em espécie na boca do caixa".

Político de grandes ideais, Alcolumbre tem como seu suplente ninguém menos do que um irmão seu: Josiel Alcolumbre. De tal sorte é um homem de família que conseguiu aprovar, em 2009, como deputado, um projeto que dava ao aeroporto de Macapá o nome do próprio tio: Alberto Alcolumbre. Em 2013, ainda deputado, abasteceu seus carros, com verba de gabinete, no posto de gasolina "Salomão Alcolumbre e Cia. Ltda", que pertence a outro tio. Tem tão pouca experiência que parlamentares que ajudaram a elegê-lo resolveram formar um grupo pata tutelá-lo.

É por isso que se pode dizer que o governo, ao ganhar, perdeu. Perdeu ganhando.