PREVIDÊNCIA 5: O “Apoio Consistente” e o “Apoio Condicionado” da Carminha. E um certo Vitor Hugo na terra dos velhinhos miseráveis
E as coisas se complicam quando existe um líder do governo na Câmara — e não é culpa dele, convenham — que não tem noção do que faz lá. Ninguém o conhece, e ele não conhece ninguém. O deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO), escolhido pelo Planalto para a função, marcou uma reunião de líderes para debater a reforma da Previdência. Na mensagem chamando os parlamentares, está escrita esta preciosidade: "Líder do governo convida os líderes do Apoio Consistente e Apoio Condicionado para reunião de 5/2, horário 16h. Local? Liderança do Governo. Anexo 2 Sala 107. Por favor dá um ok nas mensagens recebidas. Obrigada Carminha". Os próprios deputados do PSL não reconhecem nele condições para exercer a função. Nunca ninguém ouviu falar nestes partidos ou blocos: "Apoio Consistente" e "Apoio Condicionado". Trata-se de uma linguagem informal para designar parlamentares realmente convictos de uma proposta e aqueles que precisam ser convencidos. Vazada a coisa desse modo, parece que os do "Apoio Condicionado" estão cobrando benesses. O desastre da língua portuguesa não é menor. Resultado: apareceram apenas os líderes de PPS, Novo, PSC, DC, Solidariedade, PTC e Patriota. Representam um formidável batalhão de 45 parlamentares — emenda constitucional precisa de 308 votos. E, por óbvio, as presenças não indicam que os 45 representados votariam a favor do texto. E nesse caso, faça-se justiça: não foi Lorenzoni quem escolheu o major, mas o general Santos Cruz, Ministro da Secretaria de Governo.
Ah, quase me esqueço: depois das dificuldades na Câmara, o texto segue para o Senado, que vai demorar muito tempo para se levantar da depredação institucional que Lorenzoni praticou por lá na sexta e no sábado passados. Ou se arruma essa bagunça, ou a coisa não anda. Os únicos hoje a acreditar em R$ 1,3 trilhão de economia em dez anos são os tais mercados. Bem, alguém tem de ganhar dinheiro, certo? Não seriam os velhinhos miseráveis, cujos benefícios seriam cortados. Arrume "isso daí", Bolsonaro!