Topo

Reinaldo Azevedo

CALMA, GUEDES 2: Indagado se as reformas mexem com direitos trabalhistas, ele negou. Poderia ter parado aí. Mas resolveu avançar

Reinaldo Azevedo

08/02/2019 07h15

O ministro esteve com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). À saída, conversou com a imprensa. Ele vive ainda o rescaldo da reação negativa que teve o vazamento da minuta da reforma da Previdência. Como já escrevi aqui, aquele que o fez, e foi gente do governo, se opõe à mudança. Bem, o bom senso, a prudência, a contenção — em especial porque o presidente da República está internado, com uma complicação de saúde adicional, a pneumonia — recomendariam que Guedes esfriasse os ânimos em vez de aumentar a área do contencioso. Mas ele está entre os entusiasmados. E a modéstia não é um dos seus defeitos. Já afirmei algumas vezes: ninguém é obrigado a ser modesto — a menos que exerça, entre outros, o cargo de ministro da economia e tenha pela frente a reforma da Previdência.

Indagado se haveria alguma perspectiva de corte de direitos trabalhistas, o ministro foi categórico: "Estamos conversando sobre como consertar esse regime previdenciário e como dar opções para as futuras gerações. Todos os direitos [trabalhistas] serão preservados. Ninguém mexe nos direitos." E poderia ter parado por aí. Estaria de bom tamanho. Em tese ao menos, a atuação contribuiria para diminuir as reações. Mas aí bateu aquela tentação do ideólogo, de quem considera importante conquistar também o território mental do adversário ou aniquilá-lo. E ele foi adiante.
Continua aqui

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.