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Reinaldo Azevedo

VERGONHA SÓ A ALHEIA 4: Caso do Turismo é distinto do de Flávio; moral é igual; Fux, apreciado pela turma, é relator

Reinaldo Azevedo

21/02/2019 23h39

Luiz Fux: ele é o relator do pedido do bolsonarista Marcelo Álvaro Antônio. O togado é visto como amigo da turma

O caso tem uma particularidade em relação ao de Flávio Bosonaro? Tem, mas a pornografia só se torna mais pesada. O que foi mesmo que o Supremo decidiu por maioria? Só mantêm foro no tribunal os deputados e senadores que tiverem cometido crimes no exercício do mandato e em função deste. O que alega o valente Marcelo Álvaro Antônio? Está escrito o seguinte na petição:
"Em se tratando de autoridade ainda detentora de foro por prerrogativa de função perante o Supremo Tribunal Federal e investigada por crimes supostamente cometidos durante o exercício do cargo e, ainda, a ele relacionados, a competência em matéria penal da mais alta corte do país permanece alcançando a 'supervisão' de tais investigações"".

Vale dizer: segundo a defesa, o caso dos laranjas aconteceu durante o mandato — mas foi no anterior — e em função dele. É mesmo? Alguém conseguiria demonstrar de que maneira inventar candidato9s laranjas decorre das atribuições de um parlamentar? O caso Fabrício Queiroz, só para lembrar, se deu quando Flávio era deputado estadual. E ele tentou obter foro especial como senador eleito.

A defesa do ministro pede que a investigação no Ministério Público Estadual de Minas seja suspensa até que a corte tome uma decisão final.

Se Luiz Fux, o relator, muito apreciado pelo bolsonarismo, quiser atender ao pleito de Marcelo Álvaro Antônio, até existe caminho. Mas teremos mais uma evidência de que Bolsonaro e seus auxiliares não têm compromisso com a plataforma que seduziu multidões.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.