OS TRAPALHÕES 5: Bolsonaristas são tão viciados em divisão que Eduardo, o Zero Três, foi aos EUA hostilizar o México
Eu sei, no entanto, que ao afirmar que o governo precisa de convergências, não em aumentar ainda mais as crispações, malho em ferro frio porque as coisas têm a sua natureza, e, muitas vezes, os políticos e os que se tornam políticos abraçam personagens e depois não conseguem dele se desgrudar. A obsessão pelo confronto é tal que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal mais votado do país, um dos filhos do presidente, houve por bem participar de uma reunião de "trumpetes" — admiradores de Donald Trump — nos EUA e, ora veja, defender a construção do muro na divisa com o México. E ainda disse saber bem do que falava porque havia trabalhado na fronteira do Brasil com a Bolívia, sugerindo, sei lá, que talvez um muro também devesse criar dificuldades para a migração de bolivianos para o Brasil. Mas, afinal, a sua agenda não é a do presidente? Não foi Bolsonaro quem retirou o Brasil do Pacto Mundial para Migração? Quanto votos isso tira da Previdência? Diretamente, creio, nenhum! A postura só ajuda a erguer muros na interlocução política. Ocorre que tal discurso faz parte da construção da figura de Eduardo como o líder da extrema-direita populista no Brasil. Um Eduardo, diga-se, que anunciou na Internet, no ano passado, o seu voto contrário à reforma da Previdência e que afirmou com todas as letras que o sistema não era deficitário.
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