Pega no ato imoral com Petrobras, Lava Jato posa de pura. E Cães de Aluguel
O Estadão publica um troço sobre o Ministério Público Federal que, bem…, provoca vergonha alheia (a única possível no caso) e constrangimento só de ler. Vejam abaixo. Comento em seguida.
"A reação negativa ao acordo fechado entre Ministério Público Federal, Petrobrás e Departamento de Justiça norte-americano para criação de um fundo milionário anticorrupção deixou surpresos membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. O acordo prevê a reversão de 80% do valores da multa a ser paga pela estatal nos Estados Unidos em acordo que ela fechou em processo em que figura como réu.
O procurador da República Paulo Roberto Galvão, membro da Lava Jato em Curitiba, afirmou que o acordo foi alvo de "interpretações equivocadas".
"Não esperávamos isso. Porque parece que tudo começou com base em notícias equivocadas de que o Ministério Público ia gerir os recursos ou que eles iriam para o Ministério Público", afirmou Galvão. "O que estão falando não está no acordo. Será uma fundação a ser criada que fará essa gestão."
Ministros do Supremo Tribunal Federal têm sido críticos a iniciativas do Ministério Público Federal de indicar o destino de dinheiro recuperado de corrupção.
(…)
Comento
Ah, coitadinhos dos pobres infantes ingênuos!
Eles estão surpresinhos?
Ô dó!
Embora não pareça, e seus membros não se comportem como tal, membros do Ministério Público, em qualquer esfera, são funcionários públicos e só podem fazer o que a lei permite.
Em que lei eles se basearam para tomar o dinheiro da Petrobras — ainda que ele fosse resultado de uma multa aplicada nos EUA — para constituir uma fundação de direito privado.
E, como resta óbvio, o controle ficará, sim, com o MP. Mas não com qualquer um. Como reza o contrato, o Ministério Público DO Paraná e o Ministério Público NO Paraná têm assento garantido na tal fundação. Até a sede tem de ser em Curitiba.
Deltan Dallganol e seus bravos viraram os caçadores de recompensa dos filmes de Tarantino — no caso, refiro-me a "Django" e "Os Oito Odiados". Sempre lembrando que o diretor também dirige "Cães de Aluguel". Este é sobre a máfia. Na última cena, um sujeitinho de terno, quando todos os outros estão mortos, foge com o dinheiro. Segue o vídeo.