MEC é hospício do ex-astrólogo, ex-islamita e hoje especialista em si mesmo
O Ministério da Educação virou um hospício. O ex-astrólogo, ex-guru islamita e atual líder da guerra planetária contra o comunismo Olavo de Carvalho diz, lá da Virgínia, quem deve e quem não deve ser demitido. Já conseguiu duas cabeças em três dias: Ricardo Wagner Roquetti e Luiz Antonio Tozi. Ricardo Vélez Rodriguez é um pateta. Não sabe por que é ministro. E percebeu que os olavetes que levou para o ministério não poderiam ajudá-lo a descobrir que diabos tem de fazer porque também eles não sabem por que estão lá.
Vélez, então, achou que poderia ensaiar alguma independência e se escorar na ala mais técnica, que é necessariamente incompatível com as crias de Olavo porque, a exemplo do mestre, elas nunca produziram um parafuso. Mas são todos especialistas no "parafuso como ideia" — e, ainda assim, imaginam artefatos de um tempo ancestral, quando havia ordem no mundo. Qual tempo? Nenhum! O reacionário gosta do passado que nunca existiu para que não tenha de se comprometer com o presente e possa, então, num hiato tático, pregar amanhãs libertadores — quando os inimigos estarão todos mortos.
Duvido que Carvalho tenha uma noção remota que seja das funções do Ministério da Educação, a mais diversa e multifuncional das pastas. A área virou um território de aprendizes de feiticeiros a serviço do mestre. São todos autodidatas do próprio pensamento, seguindo o guru. O que entendem de ensino, grade curricular, tecnologias de aprendizagem? Nada! Estão lá para combater os fantasmas que perturbam a mente do "professor", em seus delírios de poder. Preparam-se para ridicularias em série.
É há um outro dado curioso: boa parte dos "alunos do Olavo" está tendo a chance do seu primeiro emprego. Os valentes deixaram de ser "haters" das redes sociais para formular políticas públicas. De fato, a educação tem a maior concentração de esquerdistas por metro quadro na comparação com qualquer outra área. E o que esses especialistas do olavismo estão fazendo, com a sua estúpida incompetência — são bons apenas para produzir guerrilhas virtuais nas redes — é arar o terreno para a semeadura dos adversários.
Por enquanto, definido mesmo, só o tema da redação do Enem sem viés ideológico: "Memórias de um Sargento de Milícias". Eventualmente promovido a capitão.
Saibam os militares, que hoje compõem a elite do governo: o desastre educacional que se está prestes a produzir vai cair nas suas costas. Queiram ou não, vocês se tornaram os fiadores desse troço que está aí. As nuvens da paralisia em vários setores começam a se adensar.
CORREÇÃO: Havia afirmado que o antigo Ministério da Cultura havia sido incorporado ao MEC. Não foi. Ele passou a não existir, mas em outra Pasta: na da Cidadania. A informação foi corrigida. O hospício continua lotado.