FIM DO SHOW 1: Milícias, também virtuais, como base política não funcionam
Escrevi na manhã deste sábado uma série de cinco posts que traz a chave "O Fim de Bolsonaro". Quem não é bobo percebeu, até porque está explicitado no texto, que não estou antevendo a sua queda. O que afirmo lá, em síntese, é que ou o presidente muda seu modo de fazer as coisas, ou a pauta não avança, e seu governo naufraga. O que é, no caso, "naufragar"? É não fazer a reforma da Previdência ou, por ação ou omissão, torná-la de tal sorte pífia que continuaremos no moto contínuo da mediocridade. E essa ainda será a hipótese virtuosa. É claro que tudo pode piorar, dada a qualidade de seus aliados. Falemos um pouco de um deles para, depois, retomar o fio: o "Partido da Polícia".
O "Partido da Polícia" — Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e cia… —, trabalha em associação tática com a turma de Bolsonaro. Em algum momento, essas forças entrarão em conflito, mas não já… Por enquanto, o Aparato das Sombras em que se transformou a operação atua para emplacar a sua própria agenda: manter os Três Poderes da República sob permanente ameaça e impedir, mais uma vez, a reforma da Previdência — nesse particular, atendendo à gritaria das corporações de ofício que não querem abrir mão de seus privilégios.
Voltemos. O presidente da República não sabe como sair dessa armadilha porque a sua "base de apoio", alargando bem o conceito, não está no Congresso, mas nas milícias — refiro-me, nesse caso, às virtuais; aquelas do Rio são outra conversa; aquelas são flancos que servem de estoque estratégico a Moro e companhia, se é que me entendem… Por que Bolsonaro não entra de cabeça na reforma da Previdência? Porque o seu público não quer. Muita gente votou nele acreditando que tudo se resolveria se ele mandasse Sérgio Moro meter alguns tubarões na cadeia. Outros ainda realmente acreditaram que bastaria derrotar o PT, e as respostas surgiriam num estalar de dedos.
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