O FIM DE BOLSONARO 2: Só os extremistas vivem em permanente estado gozoso
O tal "consenso" — ou, ao menos, a conquista de uma maioria sólida — não é um primado moral, que se consiga na base do gogó. Tampouco se viabiliza na base no abafa, com os governistas pressionando seus milicianos virtuais a destruir a reputação daqueles que vão sendo escolhidos como os inimigos da hora. E sempre na velocidade vertiginosa com que opera a mente paranoica de alguns sociopatas políticos que cercam o presidente.
O consenso se constrói, sim, distribuindo poder. "Ah, é corrupção!" Isso é uma estupidez! Em qualquer democracia, políticos representam setores da sociedade e buscam os espaços dessa representação para levar adiante a pauta dos representados. Óbvio e até tautológico. No meio dessa algaravia de vozes e vontades, surgem lideranças que acabam se tornando notáveis por falar em nome de um certo interesse coletivo.
Com efeito, "consenso", em sentido estrito, não é porque, nas democracias, essa é uma impossibilidade por definição. No fim das contas, os líderes são aqueles que conseguem formar uma maioria de pessoas dispostas a abrir mão daquela parte de sua agenda que não soma gente, mas subtrai. À diferença do que parece à primeira vista, a democracia funciona quando um governante é bem-sucedido no esforço de manter unida uma maioria de insatisfeitos. Só os extremistas e sectários vivem em permanente estado gozoso. Não precisam lidar com a realidade.
Continua aqui