Mestrado de 159 páginas de Bretas tem 73 de “copia/cola”. Um gênio!
Huuummm…
Deixem-me ver como começo… Com um "kkkkkk"? Ou "rssssss". No WhatsApp, poderia ser aquele emoji que indica espanto assustado, colado do quadro "O Grito", de Munch.
O presidente Jair Bolsonaro quer o juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal do Rio, num tribunal superior. É mesmo? Se ele redigir os seus votos com a qualidade com que fez a sua dissertação de mestrado, será o ministro mais rápido do tribunal. E ainda sobra muito tempo para fazer academia e mostrar os músculos na Internet
Luiz Maklouf Carvalho, do Estadão, resolveu ler a sua dissertação de mestrado na Universidade Católica de Petrópolis. O trabalho todo tem míseras 159 páginas. Fosse no tempo em que se publicavam livros, não pararia em pé na estante. Mas calma! Desse total, 73 são reproduções de anexos. Há ainda a capa e cinco páginas dedicadas à apresentação, agradecimentos etc.
No fim das contas, sua dissertação se resume a 79 páginas, pouco mais do que as 46 do despacho alucinado em que determinou a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer. Apresentou o trabalho em 2014.
Informa a reportagem: "O trabalho aborda, como explica o resumo, 'a proteção do direito à privacidade, em especial nas comunicações telefônicas, quando o mesmo é confrontado com a atividade estatal de investigação criminal'".
Bretas não quis falar a respeito do seu notável poder de síntese. Talvez esteja preparando uma tese de doutorado sobre o efeito do "copia/cola" nos trabalhos de conclusão de mestrado. "Não tenho interesse nem tempo. Lamento". Foi a resposta dada ao repórter.
Ele vai à academia duas vezes por dia.
Não é fácil manter a musculatura do seu direito.