GOVERNO NO CHÃO 4: Dia de Bolsonaro no cinema e de banana de Guedes à CCJ
O desastre para o governo ainda não está consolidado porque o texto precisa ser aprovado pelo Senado, única Casa em que o Planalto tem um político experiente como articulador: Fernando Bezerra (MDB-PE), líder na Casa. Com um placar como o da Câmara, no entanto, a articulação por lá se torna igualmente difícil. Como esquecer? Os deputados votam desse modo no dia em que Bolsonaro vai ao cinema, evidenciando as suas prioridades, e em que Paulo Guedes falta a uma audiência na CCJ sem aviso prévio. Simplesmente não compareceu. Sabe-se agora que a decisão de não falar à comissão estava tomada havia alguns dias. A comissão é a porta de entrada da tramitação da matéria legislativa. O governo emplacou o presidente da CCJ: trata-se do novato Felipe Francischini (PSL-PR). Mas a comissão, até agora, não tem relator — tampouco está decidido quem vai ser relator da emenda. Os parlamentares do Centrão já deixaram claro: "Incluam-nos fora desta! Deixem tudo com o partido do governo. Afastem de nós esse cálice". Eis um dado interessante: segundo Delegado Waldir (GO), líder do PSL na Casa, a legenda à qual pertence Bolsonaro não está no governo, não. Ele, aliás, chama a reforma da Previdência de "abacaxi" e diz que o governo não ofereceu nem faca nem facão. Aguardem: o pepino já está na fila das injustiças.
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