STF: Entes de interesses e vieses distintos perceberam jogo de fascistoides
Leio no Painel, da Folha:
Refúgio e escudo
A descrença numa mudança de atitude de Jair Bolsonaro e de parte de seus apoiadores recrudesceu articulações para fortalecer as defesas do Congresso e do Supremo. Num dos braços desse movimento, entidades da sociedade civil se uniram em um manifesto de desagravo ao STF. Subscrevem o documento CNBB, OAB, UNE, CNI e grandes centrais sindicais. O texto diz que países que admitiram retrocessos "começaram suas fatídicas trajetórias atacando o Judiciário de forma desleal e falsa".
Todos por um
O texto pró-Judiciário condena "ataques autoritários e truculentos contra o guardião da Constituição" e "discursos que pregam o ódio e a violência". "A Suprema Corte é insubstituível e é dever de todos a sua defesa, pois, sem ela, nenhum cidadão está protegido."
Comento
É um bom augúrio que entidades de interesses e vieses tão distintos, como CNBB, CNI e UNE, entre outras, se juntem em defesa do Supremo. Não se trata, que fique claro, de defender as decisões do STF, mas de preservar a instituição.
É preciso proteger o Supremo dos urubus que hoje tentam cercá-lo.
Existe, sim, um trabalho organizado e orquestrado para desmoralizar o tribunal.
Não por acaso, a extrema-direita fascistoide e seus porta-vozes oficiosos atuam em sentido contrário.
Ninguém precisa concordar com os votos majoritários do tribunal. Atacar, no entanto, a Corte como ente corresponde a agredir a própria democracia.
Caiu a ficha dessas entidades. Agredir o símbolo maior do Poder Judiciário representa um ataque ao sistema de garantias indivíduas e públicas. Infelizmente, o próprio tribunal está hoje infiltrado por quem o detesta. A seu tempo, haverá o desmascaramento.