O QUE QUER OLAVO?-4: Ataques e silêncio cúmplice são método. É o da loucura
Ocorre que aquilo que Olavo de Carvalho diz encontra eco no centro do novo poder: Jair Bolsonaro. E os filhos, o deputado Eduardo (PSL-SP) em particular, se encarregam de propagar suas diatribes. Há aí uma leitura bastante perigosa da realidade. A popularidade do presidente está em queda, e eles sabem disso. O chefe do Executivo, lá de Israel, afirmou nesta segunda, ainda volto ao tema, que não vai se meter na reforma da Previdência porque a dita-cuja seria agora matéria do Congresso. Partidos e lideranças políticas reclamam da falta de interlocução, e por mais que Paulo Guedes insista em se dizer otimista com a reforma da Previdência, a verdade é que seu projeto original já foi para a cucuia, o que cria dificuldades adicionais para a recuperação da economia também no médio prazo, já que isso mexe com as expectativas. Já virou um clichê citar a fala da personagem Polônio, referindo ao príncipe Hamlet, na peça de Shakespeare, quando ouve o jovem a dizer coisas que não fazem muito sentido: "Embora seja loucura, há nela certo método". Os valentes de agora inverteram a máxima: "Embora seja método, trata-se de loucura". Vale dizer: a decisão de manter os extremistas do bolsonarismo a atirar em tudo o que se mexe, radicalizando ao máximo a política do ódio e do confronto, é sim, um método — é uma escolha. Mas é uma loucura em si porque não leva a um ambiente de paz e normalidade, essencial para a aprovação de medidas de correção de rumo da economia. E aqui voltamos ao ponto. Bolsonaro surgiu da crise e não sabe viver sem ela.
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