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Reinaldo Azevedo

O QUE QUER OLAVO?-5: Generais já perceberam o risco; que fiquem atentos

Reinaldo Azevedo

01/04/2019 21h43

 

Parece inequívoco, a esta altura — e é certo que generais da reserva e da ativa já o perceberam — quer certas postulações já flertam mais do que abertamente com a desordem nos quarteis. Método? Bem, se as agressões mais torpes aos militares são disparadas sem nenhum pudor e se estas não merecem o devido repúdio, não me parece haver alternativa que não a estupidez de se pregar um "by pass" naqueles que estariam, então, impedindo o líder de fazer a sua verdadeira revolução. Fiquem certos: há doidos em número suficiente para achar que Bolsonaro consegue fazer com a soldadesca o que eventualmente não pode fazer com os generais. Não! Não consegue. Mas o que já se tem até aqui já corresponde a regar a semente da desordem militar, que nunca deu em boa coisa. A propósito: de Sarney a esta data, passando pelas gestões petistas, quando foi que uma autoridade do governo afirmou que um general "não presta"? Como? Olavo de Carvalho não é do governo? Ele já nomeou dois ministros e tem assento à mesa presidencial da condição de principal referência intelectual e política do líder. "Ora, Reinaldo, afirmar que um general não presta diz respeito à liberdade de expressão". É verdade! Assim é quando não se trata de uma voz oficiosa do poder e quando essa voz não flerta abertamente com a desordem militar. Se for assim, tem-se uma escolha política. Imaginem se isso tivesse acontecido nos governos Lula ou Dilma, oriundo da boca daquele que se diz e é tomado pelo chefe do Executivo como o grande ideólogo do que está em curso. Sim, saibam: os generais já estão espertos. Mas é bom que fiquem ainda mais espertos.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.