Barroso 3: Ministro tenta blindar procuradores por princípio. Por quê?
O ministro Roberto Barroso, do Supremo, desperta em mim os instintos mais produtivos. Havia feito dois posts sobre suas vastas emoções e pensamentos imperfeitos. Mas ele merece mais um. Ainda naquele seminário havido no Estadão sobre como a Lava Jato fundou uma nova civilização no país, destaco este trecho:
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse esperar que o inquérito aberto pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, para investigar notícias falsas contra o Supremo não atinja procuradores que criticaram o STF. "Eu, sinceramente, espero que não", declarou, quando perguntado.
Não entendi. Virou agora o Batman nos meninos-prodígios?
Mesmo que a investigação tropece numa eventual ação ilegal de um procurador, não se deve investigá-lo, é isso? Não! Eu não sei de nada e não estou dando pistas ou fazendo futrica. A questão, aqui, é de princípio. Até o papa Francisco admitiu ontem que errou numa referência que fez ao feminismo, por exemplo. A própria Igreja Católica já pediu desculpas por erros e omissões. Mas um procurador está acima até do erro?
Só nas ditaduras quem investiga não pode nunca ser investigado.
E que se note: à diferença do lixo moral que andam estimulando por aí, especialmente os punitivistas, não creio que pessoas devam ser investigadas por princípio: só para ver se aparece alguma coisa. Agora, se aparecer, procuradores estão acima da força humana?
Falando desse jeito, fica parecendo que se está em busca de uma vacina: quando e se aparecer, então se pode dizer que é perseguição.
Os procuradores já foram canonizados, e ninguém nos avisou?