LULA, PRESO DA POLÍTICA 1: Adiamento da votação de prisão pós-2ª instância?

O Supremo iria julgar no dia 10 próximo as ADCs (Ações Declaratórias de Constitucionalidade) que tratam da decretação de prisão depois da condenação em segunda instância. O relator é o ministro Marco Aurélio. Seu voto está pronto, prestem atenção!, DESDE DEZEMBRO DE 2017. Cármen Lúcia, então na presidência do Supremo, negou-se sistematicamente a pautar a matéria. Em abril de 2018, veio a prisão de Lula. E o que era uma questão que até poderia estar calcada em diferenças de entendimento jurídico se transformou, lamento dizer, numa questão política — e, portanto, num julgamento político. Nesta segunda, Roberto Barroso, por exemplo, deitou falação em seminário no Estadão, afirmando que, caso o tribunal resolva cumprir o que está na Constituição e no Código de Processo Penal, perde a legitimidade. Seria o único tribunal do mundo democrático, então, a se deslegitimar por cumprir as leis que a própria democracia escreveu. É um escárnio. Parece que a votação será adiada de novo, o que é péssimo. Lula pode não ser exatamente um preso político porque não foi condenado por delito de opinião ou por sua militância. Mas já se pode dizer, quando menos, um preso da política. Vamos lá.
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