TIRO PELA CULATRA 1: 64% rejeitam posse de armas; 72%, porte. E aí, Moro?
Nem tudo está perdido, creio, e parece que os brasileiros não enlouqueceram de vez. Não caíram no conto do "Justiceiro de Curitiba" — não ao menos no que respeita ao que ele chama de " combate ao crime violento". Refiro-me, claro, ao ministro Sérgio Moro, da Justiça, que faz, por sua vez, as vontades de Jair Bolsonaro. Não! Ninguém gosta de bandidos — a rigor, nem outros bandidos. Mas parece que os brasileiros perceberam o risco da carnificina. Pesquisa Datafolha, publicada na Folha de hoje, traz dados importantes, que devem levar os senhores parlamentares a uma grave reflexão. Até porque deixarão seu nome gravado na história a depender do que venham fazer.
Dizem que arma de fogo deveria ser proibida porque "representa ameaça à vida de outras pessoas" 64% dos entrevistados, contra 34% que acreditam que uma arma legalizada deve "ser um direito do cidadão para se defender". A arma já gozou de mais prestígio: em novembro de 2017, por exemplo, o placar era 52% a 46%. A rejeição é especialmente alta entre mulheres (74%), jovens de 16 a 24 anos (69%) e pessoas com renda de até 2 salários mínimos (72%).
E que se note: não se está a falar aqui da proposta verdadeiramente aloprada de Bolsonaro, que é a generalização do porte de armas, o que está longe de ser consenso mesmo em seu governo, com especial ênfase entre os militares. Nada menos de 72% dizem que as pessoas não estarão mais seguras se andarem armadas, contra 29% que pensam o contrário.
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