BAGUNÇA 5: Desarticulação política pode prejudicar reforma administrativa
Querem ver? A reforma administrativa de Bolsonaro, que resultou nos 22 ministérios, está sintetizada numa Medida Provisória, que trouxe alguns exotismos: transferir, por exemplo, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da Fazenda (hoje Economia) para o Ministério da Justiça, e a Funai, da Justiça para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Muito bem: a validade do texto expira no dia 3 de junho. Se a MP não for aprovada até essa data, tudo teria de voltar a ser como antes — o que implicaria o caos. O texto do governo já sofreu nada menos de 540 emendas — e, por óbvio, não só da oposição. "Mas essa batalha é assim tão importante, Reinaldo?" É, sim, quando está em pauta a reforma da Previdência e quando um outro assunto surge no horizonte, com capacidade de mobilizar o Congresso: a nova política para o salário mínimo. O governo quer eliminar a prática em vigor do aumento real, acima da inflação. O coquetel de dificuldades é gigantesco. E, até agora, a interlocução do Planalto no Parlamento brasileiro é a pior desde a redemocratização. Mas Onyx Lorenzoni diz que está tudo bem. Cumpre não acreditar.