Os preços da Petrobras, o blá-blá-blá sobre liberdade e o ouvido na pista
Nesta terça, um método de administração que se move por pressão e improviso teve a Petrobras como objeto. Paulo Guedes (Economia) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) se reuniram com Bolsonaro para tratar da liberdade que tem ou não a Petrobras para formar seus preços. Guedes recitou: "É a Petrobrás quem decide reajuste, não é ministro da Economia ou presidente da República. A Petrobrás é realmente independente para estabelecer o preço de petróleo". Otávio Rego Barros, porta-voz da Presidência, afirmou por sua vez: "Frase que nosso presidente disse logo no início da reunião: eu não quero e não posso intervir na Petrobrás, por questões de conceito, eu não posso por questões legais e até mesmo políticas". E, no entanto, ele interveio. Há as falas, e há os fatos. Quanto à história de ser refém ou não de uma categoria, o próprio Paulo Guedes deu sua contribuição ao erro ao afirmar sobre Bolsonaro: "Uma greve [de caminhoneiros] traz problema de abastecimento, pode frear o Brasil todo, pode fazer o PIB cair mais 3%, 4%. Ele demonstrou que está com o ouvido na pista, está ouvindo a turma, está ouvindo o barulho." Se é assim, é claro que se vai pedir muito mais.