BAGUNÇA 2: Com otimismo, texto só será aprovado no começo do 2º semestre
Acho compreensível que o governo não queira dar o braço a torcer no caso das derrotas sofridas até agora com a reforma da Previdência — compreensível desde que se esteja fazendo alguma coisa para evitar o pior, o que, até agora, não se percebe. E o que se extrai das declarações aponta para o sentido oposto ao do discurso otimista. Nesta quarta, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já deixou claro que a reforma vai para o segundo semestre. Não disse assim. Estou fazendo as contas. Segundo afirmou, tudo está tranquilo, dentro do esperado e não há motivo para preocupação. Aprovado, então, depois da Pascoa o texto na CCJ, qualquer que seja ele, o ministro anteviu um embate de uns 50 dias na Comissão Especial. Lá está o governo, mais uma vez, definindo prazos e datas. Isso é que é não aprender com a experiência. Os 50 dias de Onyx representam, claro!, a perspectiva otimista. Isso implica que o texto (qual?) será aprovado na Câmara ali por meados de junho. E pronto: o recesso já estará próximo. Depois há a votação no Senado, com tramitação talvez mais rápida, mas longe de ser homologatória. Alterado no Senado o texto que sai da Câmara, a ele voltará para ser de novo apreciado. Se o governo passar a ter juízo, o que não é certo, ficamos assim: o otimista deve apostar na aprovação de uma certa reforma no primeiro bimestre do segundo semestre; o realista é mais prudente e diz: "Bem, será aprovada neste ano, não sei quando". E o pessimista vai dizer que fica para o ano que vem. Onde estou? Sempre me quero um realista profissional — vale dizer: meu gosto não conta nessas horas.
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