SEM SIGILO 5: Reforma da Previdência não pode se parecer com caixa-preta
Ora, se há coisa com a qual um tema como esse não pode se parecer é com uma caixa-preta. Há quase um consenso sobre o rombo escandaloso da Previdência. Escrevo esse "quase" porque há quem sustente, quando se consideram todos os recursos da seguridade social, que o rombo inexiste. É uma conta que entendo perturbada. Mas vá lá. Faz parte da luta política. E a imprensa se esforça para fornecer os números com objetividade. Ora, qual é o problema de se ter um estudo secreto ou contas que não podem ser divulgadas? Cresce a suposição, e isto é apenas óbvio, de que o governo manobra com os números e de que, talvez, a reforma não tenha a urgência de que se fala e de que não precise ser tão dura como se alardeia. E, ate onde estima o bom senso, os números devem provar justamente o contrário dessa desconfiança. Então que venham a público. Ou será que os brasileiros não têm o direito de saber em que dados se alicerça o seu futuro, e os parlamentares estão obrigados a votar no escuro? Ainda está em tempo de rever a decisão errada. Nesse caso, quanto mais transparência, melhor.