BOLSONARO E OLAVO 2: O puxão de orelha em guru valeu quase por um carinho
Quando se tratou de puxar o saco de Olavo de Carvalho, como fez no jantar na embaixada brasileira em Washington, Jair Bolsonaro o fez em boca própria, exaltando as qualidades visionárias do prosélito de extrema-direita. Na hora de lhe pôr algum freio, preferiu recorrer ao general Rego Barros, seu porta-voz, obrigado a falar um texto que não pega bem na boca de um militar da ativa, especialmente depois dos despautérios ditos pelo autoproclamado filósofo e professor. Sobre as críticas disparadas lá da Virgínia pelo bruxo, afirmou Rego Barros:
"Suas recentes declarações contra integrantes dos Poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento de objetivos propostos em nosso projeto de governo".
Trata-se de um palavrório oco e meio escorregadio, que, como se nota, mais acaricia Olavo de Carvalho do que propriamente o censura. Ele acusou os militares de entregar o poder aos comunistas e de destruir o Exército, a Igreja, a maçonaria e até o Partido Comunista. Não produziriam nada mais de útil e seriam hoje apenas homens vaidosos que tingem o cabelo. Ao general Rego Barros, pergunto, mesmo sendo apenas porta-voz: tais críticas, ainda que não contribuam para a unicidade, contribuiriam ao menos para a diversidade? Trata-se de um apanhado de impropérios, sem nenhuma substância — a menos, claro!, que os militares brasileiros também avaliem que contribuíram para entregar o poder aos comunistas. E não para por aí.
Continua aqui