REFORMA 3 - Jenifer em dúvida: “O que é CCJ? O presidente se chama Maia?”
O presidente Jair Bolsonaro tem visível dificuldade de ler um texto com fluência e é um verdadeiro perigo público quando se expressa de improviso. O pronunciamento ficou com uma aparência meramente protocolar, frio, sem engajamento. Nas palavras de um operador grande de mercado: "Se eu tivesse de fazer uma recomendação levando em conta só essa fala, diria aos clientes para apostar contra a reforma. Ainda bem que existem outros fatores". Pois é… Hoje há apenas a esperança de que o consenso em áreas importantes do país de que a reforma é necessária acabe movendo o Congresso. Mas não será fácil. Prestem atenção ao texto lido por Bolsonaro:
"Ontem a CCJ aprovou a constitucionalidade da proposta que cria a Nova Previdência. Agradeço o empenho e o trabalho da maioria dos integrantes da comissão e também o comprometimento do presidente Rodrigo Maia. A proposta segue agora para a Comissão Especial, onde os deputados vão discutir os detalhes do projeto. O governo continua a contar com espírito patriótico dos parlamentares para aprovação da Nova Previdência nessa segunda etapa e também posteriormente, no plenário da Câmara dos Deputados. É muito importante lembrar, que se nada for feito, o país não terá recursos para garantir uma aposentadoria para todos os brasileiros. Sem mudanças, o governo não terá condições de investir nas áreas mais importantes para as famílias, como Saúde, Educação e Segurança. Temos certeza de que a Nova Previdência vai fazer o Brasil retomar o crescimento, gerar emprego e, principalmente, a reduzir a desigualdade social, porque, com a reforma, os mais pobres pagarão menos. O Brasil tem pressa. Muito obrigado a todos."
Para quem pode passar quase meia hora em "lives", jogando conversa fora, como deve acontecer daqui a pouco, fazer um pronunciamento gélido, de um minuto e meio, com linguajar obviamente distante da população, evidencia mais descompromisso com a mudança do que compromisso. Houve até o erro de empregar a palavra "reforma" quando o próprio governo decidiu que o politicamente correto é "Nova Previdência".
Sem contar que a Jenifer do Tinder deve estar se perguntando até agora: "O que será essa tal CCJ? O presidente é ele ou é esse Maia aí? Comissão Especial de quê?" E concluiu: "Não entendi nada!"