ESCULACHO 2: Moro, o suposto caçador de corruptos, é igualado a investigado

Momento fofo. Dois gigantes da República, Sérgio Moro e Marcelo Álvaro Antônio, debatem os destinos da nação: o ex-dito caçador de corruptos e o investigado do laranjal

A coisa não para por aí. Entre as mais altas distinções estão todos os ministros de Bolsonaro. Os que não receberam, de cara, a honraria maior — 12 deles — ou já a tinham recebido antes ou foram promovidos de um grau inferior para o superior, o que o regulamento permite. Isso quer dizer que vão receber a Ordem de Rio Branco, no grau Grã Cruz, tanto Sérgio Moro, o implacável caçador de corruptos, aquele que já pretendeu ser a face mais austera da Lava Jato — que levou Bolsonaro ao poder, cumpre lembrar —, como Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, investigado pela Polícia Federal, contra quem há ao menos quatro depoimentos assegurando que montou um laranjal na campanha de 2018. Não é fabuloso? Agora, Moro e Marcelo são irmãos de governo e de ordem. E, por certo, eu não os estou igualando, saibam os leitores. Para a democracia, as concepções do ministro da Justiça são mais perigosas do que as do ministro do Turismo. Ah, sim: uma deputada do próprio PSL disse ter recebido de um intermediário do titular do Turismo uma ameaça de morte. Insígnia nele! "Ah, Reinaldo, se Bolsonaro concedeu a todos os ministros, não tinha como tirar Marcelo…" Bem, em primeiro lugar, quem disse que todos deveriam receber a distinção de uma vez? Em segundo lugar, por que esse cara ainda é ministro? Mas a coisa piora um pouco.
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