Grupo de Lima defende incluir Cuba nas negociações sobre Venezuela
O Grupo de Lima defendeu após reunião desta sexta-feira, 3, na capital peruana uma reunião com a União Europeia, o Uruguai, México e a Bolívia – países que defendem uma saída negociada para a crise venezuelana – uma reunião para discutir a redemocratização no país. O grupo, que reúne países latino-americanos críticos ao regime de Nicolás Maduro, também defendeu incluir Cuba nas negociações para o fim da crise.
"Concordamos em propor ao Grupo de Contato Internacional uma reunião urgente para encontrar um saída convergente para reestabelecer a democracia na Venezuela", diz a nota. "Convidamos outros membros da comunidade internacional comprometidos a esse propósito a se somar a nossos esforços."
A principal diferença entre as abordagens do Grupo de Lima e o Grupo de Contato reside no fato de o primeiro vincular a transição pós-chavista à liderança do líder opositor Juan Guaidó. Europeus e países latino-americanos com governos alinhados à esquerda acreditam ainda em uma transição negociada entre os dois lados, com antecipação de eleições monitoradas pela comunidade internacional e participação do chavismo como ator político.
Cuba, por sua vez, é o principal aliado de Maduro e colabora com o chavismo no setor de inteligência e segurança. Sua dependência econômica da Venezuela, principalmente pelo petróleo enviado à ilha, tornaria uma mudança de governo em Caracas uma ameaça econômica para a sobrevivência do regime castrista. (…)
Por Luiz Raatz, no Estadão.