E Moro, o cavalo de parada? Minha mãe acha sem-vergonhice ficar no governo
E Sérgio Moro, hein? Como fica este monumento à moralidade nacional diante do escândalo que engolfa o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e, segundo a ética do "sangue do meu sangue", toda a família?
O então juiz era visto por parte considerável dos brasileiros um monumento de retidão e virtude. Ainda que sua conduta pessoal fosse realmente irrepreensível, um gigante da moralidade pública, convenham, não poderia conviver pacificamente, em silêncio, com indícios contundentes de lambança.
Em Brasília, o ministro já virou mero cavalo de parada: é garboso, mas não tem fôlego. Logo o perceberão as ruas.
A propósito: escrevo este post atendendo à demanda de minha mãe, uma dona de casa de 79 anos, que me ligou ontem à noite: "E Sérgio Moro não vai fazer nada com essa história do Flávio Bolsonaro?"
Ela não entende o funcionamento de Brasília, da Justiça, da burocracia da investigação. Expliquei a ela que não era tarefa do ministro envolver-se nesse caso.
Ela não se deu por satisfeita:
"Ah, filho, a mãe não entende dessas coisas. Eu sei que ele parecia um santo e que o Bolsonaro disse que ele iria combater a corrupção. Então ele não pode ficar no governo. Teria de fazer alguma coisa".
Aí expliquei que Moro já tinha feito muita coisa. Para eleger Bolsonaro.
"Ah, isso eu sei. Que gente sem-vergonha!"