Presidente do Inep foi demitido por divergência sobre sigilo de dados
O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais), delegado Elmer Vicenzi, foi demitido nesta quinta-feira (16). É o segundo chefe do órgão, responsável pelo Enem, a sair do cargo no governo Jair Bolsonaro (PSL).
A Folha apurou que Vicenzi teve divergências com a Procuradoria do órgão envolvendo transparência dos dados produzidos pelo Inep, mas o caso foi a gota d'água em uma relação já desgastada com o ministro Abraham Weintraub. Essa é a primeira baixa na equipe do Weintraub, que assumiu a pasta no lugar de Ricardo Vélez Rodríguez.
Vicenzi insistia, com respaldo da equipe do MEC, que o Inep produzisse um parecer técnico que liberasse o acesso a dados pessoais dos estudantes da educação básica e superior.
O objetivo do governo era utilizar essas informações sigilosas para fazer diversas ações, como cruzamentos para investigações, conferência com o programa Bolsa Família e a viabilização de uma carteirinha de estudantes que o governo pretende criar para esvaziar a principal fonte de recursos das entidades educacionais —como a Folha revelou.
O órgão coleta as informações pessoais de estudantes junto a secretarias de Educação e instituições de ensino superior para produção de estatísticas oficiais, como o Censo educacional. Os dados são protegidos por sigilo, entendimento com que a cúpula do MEC não concorda.(…)
Por Paulo Saldaña, na Folha. Comento mais tarde.