ENIGMA 2: Sem articulação, retórica sobre destino do país é balofa e inútil
Na sexta, o presidente divulgou um texto primário e golpista, segundo o qual o Congresso, o STF, o empresariado e até os militares atrapalham seu governo. Esse mesmo Bolsonaro, no domingo, espalhou um vídeo de um pastor congolês para quem essa tal Jair é mesmo o messias, um enviado por Deus, e, segundo o tal, não se deve criticar o presidente nem lhe fazer oposição.
Esse chefe autocrático do Executivo ainda esteve na manhã desta segunda na Firjan e mandou bala: nos políticos e na gramática, como é de seu gosto e estilo. Wilson Witzel, governador do Rio, e Marcelo Crivella, prefeito da Capital, estavam presentes. Afirmou o presidente:
"[O Brasil] É um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo, mas o grande problema é a nossa classe política. É nós' (sic), Witzel, 'é nós' (sic) Crivella, sou eu, Jair Bolsonaro, é o Parlamento em grande parte, é a Câmara Municipal, a Assembleia Legislativa. Nós temos que mudar isso. Não existe maior satisfação para um político do que ser reconhecido em qualquer lugar, do Brasil ou fora do Brasil. Reconhecido pelo lado bom. Então nós temos como mudar o destino do Brasil".
Eis Bolsonaro em estado puro. Vive em busca desse tal "grande destino", desse "país maravilhoso", mas é incapaz de organizar uma base de apoio que permita a existência de um Congresso minimamente funcional. Sem efetiva articulação política, trata-se de retórica balofa e inútil.
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