ENIGMA 3: Na Firjan, a baixa tolerância de Bolsonaro para a divergência
A temperatura já estava alta com as bobagens feitas no fim de semana. Voltou a se elevar com o discurso na Firjan. Bolsonaro deixou mais uma vez evidente a sua baixíssima tolerância para o contraditório. Afirmou:
"Cada vez que eu toco o dedo numa ferida, um exército de pessoas influentes se vira contra mim, buscam de todas as maneiras me desacreditar".
E, claro, atribui à tal mídia, como de hábito, a responsabilidade por desacertos que, por óbvio, são apenas seus. Criticar, divergir, apontar falhas são características das disputas políticas e, ora vejam, da cobertura que a imprensa faz sobre o assunto. Assim foi com todos os presidentes da República.
Mais tarde, no Palácio do Planalto, no lançamento da campanha publicitária sobre a reforma, Bolsonaro mudou o tom:
"Nós valorizamos, sim, o parlamento brasileiro, que vai ser quem vai dar a palavra final nesta questão da Previdência, tão rejeitada ao longo dos últimos anos".
Foi, de fato, muito rejeitada. E um de seus mais duros adversários era justamente o então deputado Jair Bolsonaro. Como compunha o chamado "baixo clero" e direcionava sua militância barulhenta contra gays e esquerdistas, dava-se pouco relevo a outros aspectos de sua atuação. No ano passado, já pré-candidato à Presidência, atacou com virulência a proposta apresentada pelo então presidente Michel Temer, como se constata no vídeo abaixo.
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