PF conclui que policial militar atrapalhou investigações do caso Marielle
A Polícia Federal concluiu que houve tentativa de atrapalhar as investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. O relatório com os resultados da investigação já foi enviado a Raquel Dodge, procuradora-geral da República, como informou a colunista Mônica Bergamo nesta quinta (23).
A PF entrou no caso em novembro do ano passado, quando começou uma "investigação da investigação", paralela, para verificar denúncias de irregularidades no trabalho estadual. Quem está apurando a autoria e motivação do crime em si é a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio.
Com 600 páginas, o documento concluído pela PF aponta que os responsáveis pela obstrução foram o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, e sua advogada, Camila Nogueira. O agente teria dado um depoimento falso para dificultar a solução do caso.
Ele procurou a polícia menos de um mês após o crime, em maio do ano passado, acusando o miliciano e ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, de ter planejado a morte da política junto com o vereador Marcello Siciliano, conforme informou o jornal O Globo na época.
Ferreira contou aos policiais ter ouvido uma conversa, num restaurante em 2017, em que os dois diziam que "precisavam resolver" um problema com Marielle e o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Essa foi durante meses uma das principais linhas de investigação da Polícia Civil, mas ambos sempre negaram envolvimento. (…)
Na Folha.