Maia diz que vai ver o que pode assinar no tal pacto... que não existirá
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (foto) , reafirmou nesta quarta-feira que vai discutir com os líderes dos partidos as contribuições da Casa ao texto do "pacto republicano" que vem sendo debatido com o presidente Jair Bolsonaro , o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli .
"Vamos ver o que posso assinar. Tenho que representar a maioria da Casa", disse Maia, depois de tentar minimizar a frase de Bolsonaro de que teria mais poder "na caneta" (veja post).
Na véspera, Bolsonaro disse ter mais poder que o presidente da Câmara e prometeu usar sua caneta Bic para revogar decretos, portarias e instruções normativas que atrapalhem, na visão do governo, quem quer produzir e investir.
Após encontro com Bolsonaro, Alcolumbre e Toffoli no Palácio da Alvorada na Terça-feira, o presidente da Câmara relatou a parlamentares que não houve nenhum avanço efetivo na relação entre os poderes. Maia relatou que a conversa foi genérica e manifestou incômodo de Bolsonaro ter carregado ministros para a reunião.
Maia então almoçou com líderes do centrão e em nenhum momento relatou a eles a necessidade de discutir o "pacto" anunciado com pompa pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O presidente da Câmara disse que a conversa com Bolsonaro foi protocolar e que o presidente limitou-se a fazer pedido de apoio a "pautas de interesse do país", sem dar detalhes específicos de que tipo de apoio almeja.
Após as manifestações de domingo, Maia reconheceu a aliados que a narrativa martelada pelo governo e por pessoas que foram às ruas de que "o centrão quer cargos" foi bem explorada. Os acontecimentos só reforçaram a visão do presidente da Câmara, assim como de outros parlamentares, de que não é possível confiar no governo.
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No Globo