Sindicatos, ONGs e esquerdas da Argentina organizam ato contra Bolsonaro
Cristina Kirchner: Bolsonaro resolveu "vetar" a sua candidatura; ela deve concorrer como vice-presidente. Brasileiro só deu força às esquerdas argentinas
O presidente Jair Bolsonaro conseguiu. Virou tema de mobilização na Argentina. Ao atravessar a fronteira do bom senso e se manifestar, já por três vezes, contra a eventual vitória de Cristina Kirchner — que será candidata a vice —, despertou a atenção das esquerdas no país vizinho. Informa Sylvia Colombo na Folha:
"Organizações sociais, sindicatos e partidos de esquerda preparam uma manifestação para quinta-feira (6) contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que estará em Buenos Aires para se reunir com seu par argentino, Mauricio Macri.
"Nós vemos Bolsonaro como um representante de [Donald] Trump na América Latina, que pode influenciar na decisão de apoiar uma invasão norte-americana na Venezuela", diz à Folha o legislador da cidade de Buenos Aires Gabriel Solano, dirigente do Partido Obrero.
"Além disso, tememos que a reforma da Previdência que Bolsonaro quer fazer no Brasil estimule Macri a tornar a nossa ainda mais restrita. Bolsonaro é uma má influência para a Argentina e para a América Latina", afirma.
O ato ocorrerá ao longo do dia e deve começar com uma marcha que terá início na frente da Embaixada do Brasil e que culminará com uma concentração diante da chancelaria argentina. "Se conseguirmos juntar muita gente, iremos até a Praça de Maio", declarou Solano.
A deputada Myriam Bregman, da Frente de Izquierda, disse que o ato também se solidarizará com "os estudantes do Brasil que saíram maciçamente às ruas para protestar contra os cortes na verba da educação".
Bregman também diz temer uma possível "contaminação" das políticas do governo brasileiro na gestão Macri.
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Volto
Nesse caso, será difícil organizar uma contramarcha, não é?
Tenho amigos argentinos, que se identificam com o liberalismo — embora críticos severos da incompetência de Mauricio Macri —, que execram, por óbvio, o kirchnerismo, que ficaram furiosos com as intromissões do presidente brasileiro.
E, claro!, é bem provável que Bolsonaro acabe voltando ao tema em sua viagem à Argentina.
Afinal, o homem segue a máxima de não esquecer nada nem aprender nada.
