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Reinaldo Azevedo

Ministro do STJ sobre novas revelações da Vaza Jato: passaram dos limites

Reinaldo Azevedo

01/08/2019 11h37

O ministro Humberto Martins, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), afirmou à coluna que procuradores da Operação Lava Jato "passaram de todos os limites" ao envolver o nome dele numa delação da OAS e tentar impedir que fosse indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O magistrado é também corregedor do Conselho Nacional de Justiça.

"Tempos difíceis!", escreveu ele numa mensagem de WhatsApp ao comentar a reportagem publicada nesta quinta (1º) pela Folha, em parceria com o site The Intercept Brasil, que revela os diálogo de Deltan Dallagnol com colegas da operação para barrar uma eventual indicação de Martins à Suprema Corte.

Numa conversa com o procurador Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em janeiro de 2017, Deltan diz: "Pelella, é importante o PGR levar ao [então presidente Michel] Temer a questão do Humberto Martins, que é mencionado na OAS como recebendo propina…". O colega responde: "Deixa com 'nós"'.

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, citou Martins na delação premiada afirmando que pagou R$ 1 milhão para ele em troca de ajuda com um recurso que tramitava na corte. A propina teria sido negociada com o advogado Eduardo Filipe Alves Martins, filho do ministro.

O ministro diz, em mensagens e também numa conversa com a Folha, que sempre julgou contra os interesses da OAS no STJ. "Nunca vi alguém receber vantagem sendo contra [a empresa]. Graças a Deus, a verdade está aparecendo", afirma. (…)

Leia a íntegra de Mônica Bergamo na Folha. e leia as postagens desse blog sobre o tema aqui.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.