Ministro do STJ sobre novas revelações da Vaza Jato: passaram dos limites
O ministro Humberto Martins, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), afirmou à coluna que procuradores da Operação Lava Jato "passaram de todos os limites" ao envolver o nome dele numa delação da OAS e tentar impedir que fosse indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O magistrado é também corregedor do Conselho Nacional de Justiça.
"Tempos difíceis!", escreveu ele numa mensagem de WhatsApp ao comentar a reportagem publicada nesta quinta (1º) pela Folha, em parceria com o site The Intercept Brasil, que revela os diálogo de Deltan Dallagnol com colegas da operação para barrar uma eventual indicação de Martins à Suprema Corte.
Numa conversa com o procurador Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em janeiro de 2017, Deltan diz: "Pelella, é importante o PGR levar ao [então presidente Michel] Temer a questão do Humberto Martins, que é mencionado na OAS como recebendo propina…". O colega responde: "Deixa com 'nós"'.
O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, citou Martins na delação premiada afirmando que pagou R$ 1 milhão para ele em troca de ajuda com um recurso que tramitava na corte. A propina teria sido negociada com o advogado Eduardo Filipe Alves Martins, filho do ministro.
O ministro diz, em mensagens e também numa conversa com a Folha, que sempre julgou contra os interesses da OAS no STJ. "Nunca vi alguém receber vantagem sendo contra [a empresa]. Graças a Deus, a verdade está aparecendo", afirma. (…)
Leia a íntegra de Mônica Bergamo na Folha. e leia as postagens desse blog sobre o tema aqui.