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Reinaldo Azevedo

Policiais federais reagem a Bolsonaro e falam em diretor-geral com mandato

Reinaldo Azevedo

22/08/2019 13h50

As últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro sinalizando a troca do diretor-geral da Polícia Federal provocaram críticas de policiais federais e fez ganhar força o discurso sobre uma eventual necessidade de autonomia do órgão.

Bolsonaro disse nesta quinta-feira (22) que é seu direito trocar a direção do órgão e reclamou de críticas que apontam o que seria uma interferência indevida na instituição.

"Agora há uma onda terrível sobre superintendência. Onze [superintendentes] foram trocados e ninguém falou nada. Sugiro o cara de um estado para ir para lá: 'Está interferindo'. Espera aí. Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral", afirmou.

A declaração ocorre quando delegados da PF de todo país estão reunidos em Salvador num simpósio da categoria em que se debate o combate à corrupção no país.

O atual diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo, é um dos participantes do evento. Ele não falou sobre as declarações do presidente em seu discurso e não deu entrevista.

Já o diretor da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Edvandir Paiva, sentado ao lado de Valeixo, disse que é fundamental que o chefe da PF tenha um prazo de estabilidade no posto.

"É fundamental que nosso diretor-geral tenha mandato. Seja escolhido por critérios técnicos e republicanos. Que tenha capacidade de formar sua equipe sem a interferência de nenhum posto político no governo", disse Paiva.

"A PF é uma polícia de Estado. Nós respeitamos a autoridade que o povo conferiu ao presidente da República. Entretanto o trabalho da Polícia Federal é um trabalho de Estado, permanente, independente de qualquer governo."(…)

Por Wálter Nunes, na Folha.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.