COLUNA NA FOLHA: A luta entre Bolsonaro e Moro derrubou Cintra, não a CPMF
Marcos Cintra caiu porque não conseguiu tirar de Sergio Moro e da Lava Jato o controle de setores da Receita Federal. O resto é papo-furado.
Dar curso à conversa de que suas divergências com Jair Bolsonaro sobre a recriação da CPMF estão na raiz da demissão corresponde a engabelar o distinto público.
Trato um pouco do assunto para voltar ao que realmente interessa: a luta intestina entre Moro e Bolsonaro. Taxar as transações financeiras é o mais rentável de todos os impostos. Inexiste reforma tributária mais fácil do que essa.
Se a alíquota não for extorsiva, dói pouco no bolso de quem paga, arrecadam-se os tubos, e o governo faz com a grana o que lhe der na telha.
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Cintra caiu porque não conseguiu desmontar o "bunker" moro-lavajatista no órgão. Era um seu refém. Esse pedaço do Estado, também ele, tem de voltar ao controle democrático. Quem vai substituir o demitido? Não sei. A imprensa, esse ente que só atrapalha os varões de Plutarco, tem de ficar atenta.
É preciso avaliar se a pessoa em questão servirá à República ou aos interesses privados do clã Bolsonaro. O certo é que a queda de Cintra, em si, não é má notícia.
E a CPMF não tem nada com isso. Continua nos planos de Guedes, que não vai cair.
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