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Reinaldo Azevedo

Brasil excluído de cúpula do clima da ONU às vésperas da fala de Bolsonaro

Reinaldo Azevedo

18/09/2019 16h11

Imagem do satélite Aqua, da NASA, mostra incêndios em Rondônia, Amazonas, Pará e Mato Grosso no dia 13 de agosto de 2019 (Foto: AQUA NASA)

O Brasil está fora da lista dos países que discursarão na cúpula do clima da ONU, que se dá na próxima segunda, dia 23. Não é a única nação relevante no concerto mundial a ser excluída. Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul também foram defenestrados, junto com Arábia Saudita e Austrália, informa o blog Ambiência, na Folha.

O busílis é que eles não têm Amazônia, e nós temos. E a região é hoje foco de atenção no mundo inteiro em razão das queimadas e de algumas declarações desastradas feitas pelo governo brasileiro.

"O Brasil não apresentou nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima", disse ao blog o enviado especial da secretaria-geral da ONU, Luis Alfonso de Alba.

A cúpula acontece um dia antes da abertura da Assembleia Geral, cujo discurso inaugural sempre é do Brasil. O presidente Jair Bolsonaro diz que estará lá. Há expectativa sobre qual será o discurso. Pode marcar uma tentativa de diálogo global envolvendo a floresta; pode reforçar o discurso nacionalista na linha "A Amazônia é nossa, e ninguém tem nada com isso", o que agravaria a tensão.

Há um mau sinal: na sexta passada, Ernesto Araújo, chanceler brasileiro, discutiu o assunto com ninguém menos do que Steve Bannon, que pretende liderar uma extrema-direita de alcance global — embora seja antiglobalista, claro! —, pautada pelo nacionalismo, localismo e antiglobalismo, instrumentos da luta contra o… comunismo, segundo os lunáticos!!! Foi um dos estrategistas da campanha de Donald Trump, que o chutou do governo.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.