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Reinaldo Azevedo

Em sabatina, Aras sugere 'correções' à Lava Jato e prega independência

Reinaldo Azevedo

25/09/2019 13h59

Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para comandar a PGR (Procuradoria-Geral da República), o subprocurador Augusto Aras disse nesta quarta-feira (25) que a Operação Lava Jato tem excessos e está passível de correções.

"Toda e qualquer experiência nova traz também dificuldades […] Sempre apontei os excessos, mas sempre defendi a Lava Jato, porque a Lava Jato não existe per se. A Lava Jato é o resultado de experiências anteriores, que não foram bem-sucedidas na via judiciária."

As declarações foram dadas em sabatina diante de senadores da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Indicado ao comando do Ministério Público Federal pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), Aras precisa ser aprovado pelo Senado para assumir a vaga deixada por Raquel Dodge na PGR.

Na sabatina, Aras citou uma série de operações que antecederam a Lava Jato, como Satiagraha, a Castelo de Areia, o Banestado, a Sundow. "Esse conjunto de experiências gerou um novo modelo, modelo esse passível de correções, e essas correções eu espero que possamos fazer juntos, não somente no plano interno do Ministério Público, mas com a contribuição de vossas excelências", disse o subprocurador.

Ainda falando sobre a Lava Jato, Aras disse que pretende estender o que chamou de boas práticas da operação a todo o Ministério Público, nos estados e municípios. Ao longo de toda sabatina, defendeu a uniformidade de atuação do MP em todas as instâncias, assim como aconteceu nas 74 visitas a senadores que fez antes desta terça-feira.

"A chamada Operação Lava Jato representou importante marco no combate à corrupção. As boas práticas ali desenvolvidas devem ser estendidas a todo o Ministério Público e a todos os níveis da esfera política, aprimorando-se métodos e sistemas, sempre dentro da ordem jurídica", afirmou.

Ao mencionar problemas da Lava Jato, defendeu que agentes públicos se manifestem apenas nos autos e somente na fase de ação penal. Ele também afirmou que faltaram "cabeças brancas" na operação.(…)

Na Folha.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.