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Reinaldo Azevedo

DELINQUÊNCIA: Janot entrou armado no STF para matar Gilmar. É a Lava Jato!

Reinaldo Azevedo

26/09/2019 23h08

Rodrigo Janot: em entrevistas e livros, ele revela o seu senso de equilíbrio e adequação para o cargo (Foto: Cristiano Mariz)

É claro que ainda voltarei ao tema.

Vejam que coisa.

Nem eu, que devo ser o crítico mais duro da Lava Jato que há na imprensa, imaginei que chegou a haver no comando da Procuradoria Geral da República — com a operação sob as suas asas — alguém com confessas tentações homicidas, embora tenha pensado também em suicídio.

É o que revela ninguém menos do que Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República.

Leiam o que informa o Estadão. Voltarei mais tarde ao assunto para alguns esclarecimentos. 

A revista Veja também traz uma longa entrevista com o ex-procurador-geral.

Mas já sabemos qual é, para Janot, o limite de seus embates: a eliminação física daquele que considera seu adversário.

Essa prudência, esse espírito lhano, essa tolerância, convenham, ele passou à Lava Jato na condição de chefe do Ministério Público Federal.

Pensávamos que fossem apenas assassinos de reputações. Não! Também havia entre eles um potencial assassino em sentido estrito.

Ah, sim: Janot confessou ter entrado armado no Supremo.

De imediato, a segurança da Casa precisa passar por uma revisão.

Quanto a Janot e à Lava Jato, há ainda muito a dizer. Segue o que informa o Estadão>}
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O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse nesta quinta-feira, 26, ao Estado que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. "Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar", afirmou Janot.

Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, o ministro difundiu "uma história mentirosa" sobre sua filha. "E isso me tirou do sério."

Em maio de 2017, Janot, na condição de chefe do Ministério Público Federal, pediu o impedimento de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, com o argumento de que a mulher do ministro, Guiomar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário.

Ao se defender em ofício à então presidente do STF, Gilmar afirmou que a filha de Janot – Letícia Ladeira Monteiro de Barros – advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o ministro, a filha do ex-PGR poderia na época "ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato".

"Foi logo depois que eu apresentei a sessão (…) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal… e aí eu saí do sério", afirmou o ex-procurador-geral.

JANOT: "FOI A MÃO DE DEUS"
Janot disse que foi ao Supremo armado, antes da sessão, e encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. "Ele estava sozinho", disse. "Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus", repetiu o procurador ao justificar por que não concretizou a intenção. "Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)", relatou. "Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma 'mão' mesmo".

O ex-procurador-geral disse que estava se sentindo mal e pediu ao vice-procurador-geral da República o substituir na sessão do Supremo. A cena descrita acima não está narrada em detalhes no livro Nada menos que tudo (Editora Planeta), no qual relata sua atuação no comando da Operação Lava Jato. Janot alega que narrou a cena, mas "sem dar nome aos bois".

O ex-procurador-geral da República diz que sua relação com Gilmar já não era boa até esse episódio, mas depois cortou contatos. "Eu sou um sujeito que não se incomoda de apanhar. Pode me bater à vontade… Eu tenho uma filha, se você for pai…"

RETOMO
Tenho muita coisa a lembrar sobre este senhor. Será que devo pedir proteção à Polícia Federal?

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.