Investigação contra hackers começou uma hora depois da invasão a Moro
Às 18h45 do dia 4 de junho de 2019 teve início uma reunião de emergência na sede do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, em Brasília. Uma hora antes, a conta do ministro Sérgio Moro no aplicativo de troca de mensagens Telegram havia sido alvo de um ataque hacker.
Quando percebeu que teve o celular invadido, Moro estava em seu gabinete, no quarto andar do Palácio da Justiça, o prédio projetado por Oscar Niemeyer que sedia a pasta. Ele havia acabado de chegar de uma reunião com ministros no Palácio do Planalto.
O Estado teve acesso a documentos inéditos que narram como foi o dia da invasão do celular do ministro. São perícias e relatórios que demonstram toda a movimentação da Polícia Federal e do setor de inteligência do ministério em torno do caso. Segundo esses documentos, a investigação que prendeu os responsáveis por invadir o celular de autoridades do País foi oficialmente iniciada ali mesmo, no gabinete do ministro, menos de uma hora após ser constatada invasão em seu celular.
A agilidade com que Moro convocou a PF para entrar no caso, como mostram esses mesmos documentos, foi fundamental para o sucesso das duas fases da Operação Spoofing. Até agora, seis pessoas foram presas, incluindo Walter Delgatti Neto, que afirmou ser responsável pelas invasões e por capturar mensagens pessoais de procuradores da Lava Jato.(…)
Por Patrik Camporez e Breno Pires, no Estadão.