Diretório do PSL tem candidatas laranjas e parentes de Bivar
Responsável por analisar pedidos de expulsão, o diretório nacional do PSL é tomado por aliados do principal dirigente da sigla, o deputado federal Luciano Bivar, que incluem parentes, subordinados de suas empresas, ex-candidatas suspeitas no esquema de laranjas e até uma auxiliar de serviços gerais contratada pela legenda.
A Folha analisou a atual composição do órgão partidário informada à Justiça Eleitoral e detectou que 60% dos cerca de cem membros são filiados ao partido em Pernambuco, estado de Bivar e onde estavam concentradas as atividades da sigla antes da chegada de Jair Bolsonaro para a disputa da eleição presidencial de 2018.
A permanência prevista destes integrantes no órgão vai até novembro.
O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, que é deputado federal – Adriano Machado – 15.out.19/Reuters
A prevalência de Bivar sobre essa instância partidária mostra como tende a ficar obstruída qualquer articulação por mudança na legenda por iniciativa do grupo pró-Bolsonaro, que está em forte atrito com os correligionários. De sigla nanica, o partido se tornou o mais rico do país em repasses públicos após a eleição de 2018, com estimados R$ 110 milhões a serem recebidos neste ano.
Bivar, cacique do partido desde a época da fundação nos anos 1990, foi alvo de críticas de Bolsonaro há três semanas, quando o presidente disse que o deputado estava "queimado pra caramba", o que agravou o racha entre os grupos do presidente e do deputado dentro da legenda.(…)
Por Felipe Bächtold, na Folha.