Bolsonaro se desculpa, mas seu assessor defende a saga dos leões machos
Carlos Bolsonaro diz que foi o próprio pai, Jair, a retuitar o vídeo do leão assediado pelas hienas — entre elas, o próprio Supremo. No fim, tudo acaba bem para o imaginário bolsonarista: dois machos afastam o perigo e põem fim à treta com um afago. Hétero, é claro!
O presidente retirou o vídeo de suas redes sociais, admitiu o erro e disse que vai se redimir.
Basta?
Filipe Martins, o assessor internacional do presidente que vive a experiência do primeiro emprego, um extremista de direita das redes sociais, discordou do chefe.
Elogiou o vídeo, afirmou que as elites não gostam de se ver retratadas e vislumbra um Brasil só de leões.
Como Bolsonaro não vai demiti-lo, então a admissão de erro não vale nada, as desculpas são inócuas, e estamos diante de um truque vulgar.
Com uma das mãos, o presidente insufla o ódio às instituições; com a outra, tenta um afago.
Quanto ao tal Filipe, dizer o quê? A gente olha para ele e enxerga um rapaz realmente disposto a ir para a guerra se necessário, não é mesmo?
Convenham: tem o "physique du rôle" do militante disposto a dar a própria vida em defesa do conservadorismo. Aquele, dos leões machos.