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Reinaldo Azevedo

Em nota, Lava Jato ignora a Constituição; produz terrorismo e desinformação

Reinaldo Azevedo

08/11/2019 05h41

As mistificações vão se multiplicando: "Depois disso, a Lava Jato está destruída". Conversa mole, terrorismo e mistificação. Levantamento feito pela Folha já evidenciou que as condenações em segunda instância demoram, em média, um ano para ser julgadas no STJ e no STF. Apenas uma em cada três decisões é alterada no STJ. Nem sempre a favor da defesa. Confundir a execução da pena segundo dispõe a Constituição com impunidade é desinformação ou má-fé.

E, sendo assim, é claro que a Lava Jato reagiu. Como não é desinformada, sobrou a má-fé. Em Nota, os bravos membros da força-tarefa afirmaram o seguinte:
"A decisão do Supremo deve ser respeitada, mas como todo ato judicial pode ser objeto de debate e discussão. Para além dos sólidos argumentos expostos pelos cinco ministros vencidos na tese, a decisão de reversão da possibilidade de prisão em segunda instância está em dissonância com o sentimento de repúdio à impunidade e com o combate à corrupção, prioridades do País (…). A existência de quatro instâncias de julgamento, peculiar ao Brasil, associada ao número excessivo de recursos que chegam a superar uma centena em alguns casos criminais, resulta em demora e prescrição, acarretando impunidade."

Observem que a nota ignora o que diz a Constituição e joga para a galera. Também engana trouxas que se se deixam enganar. Se existem muitos recursos, que se cuide para que diminuam. Essa mais de uma centena de recursos se refere a todos eles, que se distribuem ao longo de processos distintos. Fica parecendo que um único pode abrigar uma centena. É uma vigarice! Do modo como se redigiu o troço, sugere-se que todos eles estão entre a segunda e a terceira instâncias.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.