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Reinaldo Azevedo

CROCODILE DUNDEE EM DAVOS 3: Cancelamento de entrevista, sem aviso prévio, é um vexame. O problema é o que dizer em face das evidências

Reinaldo Azevedo

23/01/2019 17h06

O cancelamento da entrevista de Bolsonaro em Davos é um vexame. Tudo porque, vaza a sua assessoria, ele está descontente com a cobertura da imprensa sobre a sua passagem por Davos. Falando à Bloomberg, afirmou que, se Flávio Bolsonaro, seu filho, fez alguma coisa errada, tem de pagar. Bem, isso é o óbvio. A menos que tenha adquirido alguma imunidade especial por ser filho do presidente. Poderia ter repetido o mesmo para o restante da imprensa. Mas está irritado. E aí, então, melhor não falar nada. Até porque não tem explicação o que não tem explicação. E, se tem, não pode ser dada, não é mesmo? Como é que a mãe e a mulher de um chefão do crime organizado foram parar no gabinete de Flávio Bolsonaro? A explicação: pelas mãos de Fabrício Queiroz. E quem era Fabrício? Oficialmente, um simples motorista do então deputado estadual. Com autonomia para contratar. Mas ele é também aquele que movimentou R$ 7 milhões em três anos, amigo de longa data do próprio presidente, a ponto de, segundo Jair Bolsonaro, este emprestar dinheiro àquele no fio do bigode, o que explicaria o depósito que o ex-assessor fez na conta de Michelle, a agora primeira-dama. Nada faz sentido. Ou tudo faz sentido. E aí está o problema.
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Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.