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Reinaldo Azevedo

DEMITAM O SALLES 3: Menos Estado na fiscalização e regulamentação do meio ambiente não é coisa “de direita”. Trata-se de um burrice de incompetentes

Reinaldo Azevedo

28/01/2019 16h49

Wellington Campos Rodrigues, 53 anos, era analista de sistemas e trabalhava como um funcionário terceirizado da Vale e deixou três filhas, de 13, 20 e 25 anos.

O que aconteceu em Brumadinho não é nem de esquerda nem de direita, meu senhor! Trata-se apenas do tradicional descuido com questões humanas e ambientais e da prevalência, de forma burra, do interesse econômico sobre qualquer outro valor. Sim, sem pão, não há circo. Sem empresa, não há trabalho e não há desenvolvimento. Mas é evidente que essas coisas não podem ser vividas como uma contradição.

A questão em curso é muito mais grave. Estamos falando, na verdade, de um método de armazenamento de rejeitos que, em si, é um risco: o tal alteamento a montante. Mudar esse padrão tem um custo incalculável. Logo, a primeira questão relevante é, na verdade, retirar as pessoas da rota de eventuais rompimentos. Como se fará? O político, no entanto, está interessado em usar 58 mortos comprovados e quase 300 desaparecidos para fazer proselitismo ideológico.

Esquerda uma ova! Direita uma ova! O desastre aconteceu porque não se tomaram as devidas providências para que não acontecesse — e elas vão bem além da fiscalização. É um modo de fazer as coisas que está em questão.  De resto, Salles é que é o arauto de menos Estado no meio ambiente. E, como se vê, isso nem de direita consegue ser. É apenas burro.

Sobre o autor

Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM.

Sobre o blog

O "Blog do Reinaldo Azevedo" trata principalmente de política; envereda, quando necessário — e frequentemente é necessário —, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.