É “fake news” que fala de Eduardo Bolsonaro sobre o fechamento do Supremo e a prisão de ministros tenha sido tirada do contexto. Não!
O contexto só piora a fala de Eduardo Bolsonaro, que respondia a uma indagação. Quem faz a pergunta, misturando alhos e bugalhos, queria saber se há a possibilidade de Bolsonaro vencer a eleição e não tomar posse em razão de algum óbice do STF. Nesse caso, o rapaz indaga se o Exército poderia passar por cima do tribunal, mesmo sem autorização de um inexistente "Artigo 1º". O dispositivo constitucional que permite às Forças Armadas atuar em defesa dos Poderes da República e da lei e da ordem é o Artigo 142. Mas, para tanto, é preciso que um dos Poderes faça tal pedido. No começo da resposta, diz Eduardo:
"Aí você está caminhando para um estado de exceção, né? O STF vai ter de pagar pra ver. E, aí, quando ele pagar para ver, vai ser ele contra nós. Você está indo pra um pensamento que muitas pessoas falam e muito pouco pode ser dito. Se o STF quiser arguir qualquer coisa, sei lá… Recebeu uma doação ilegal de R$ 100 do José da Silva… Pô, impugna a candidatura dele [de Jair Bolsonaro]. Eu não acho isso improvável, não. Mas aí vai ter de pagar pra ver. Será que eles vão ter essa força mesmo?" E aí vem a história de fechar o tribunal com um soldado e um cabo.
Estado de exceção, por óbvio, não seria o Supremo cumprir a sua obrigação, mas deixar de cumpri-la sob ameaça. A propósito: ação que vai tramitar no TSE diz respeito justamente a doação ilegal de campanha no caso da compra de pacotes de "fake news" disparados por intermédio do WhatsApp. E não se trata de R$ 100. Uma única operação teria custado R$ 12 milhões. E haverá investigação.