Fala de Guaidó a favor de intervenção só serve para manter militares colados a Maduro; é uma burrice aquela afirmação
Aquele que é hoje reconhecido como presidente interino da Venezuela por 50 países acrescenta um outro erro ao flertar com a intervenção estrangeira: trata-se de um convite para que tais forças lutem com os soldados venezuelanos em solo pátrio. Não é segredo para ninguém que se esperava que Nicolás Maduro caísse no sábado. Poucos apostavam que ele fosse fechar as fronteiras para impedir a entrada da tal ajuda humanitária. E havia a expectativa de que, se desse tal ordem, os militares não a cumpririam, o que corresponderia a uma deposição. Não aconteceu. Passa de cem, segundo a imprensa venezuelana, o número de soldados desertores. Ainda é muito pouco para considerar que Maduro está sendo abandonado.
A fala de Guaidó, como é óbvio, incita forças estrangeiras contra os militares do seu país. Em tese ao menos, isso reforça os laços das Forças Armadas com Maduro e não contribui para fazer dele, Guaidó, um líder confiável. O político acaba conferindo verossimilhança ao discurso do ditador, segundo quem a Venezuela está sendo vítima de uma tramoia internacional, liderada pelos EUA, para depor um governante que considera inimigo.
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