Fiscalização é deficiente: 154 fiscais para 24 mil barragens — 790 de rejeitos, com 42% irregulares. Mais Estado na área, não menos!

Carlos Roberto Deusdedit, de 46 anos: a lama o roubou de sua mulher e de um filho
A verdade é que não há fiscalização eficiente das barragens. Elas ficam, na prática, a cargo das próprias mineradoras. Não estou partindo do pressuposto de que estas relaxem os critérios de segurança. Se confirmados os mais de 300 desparecimentos, é provável que a maioria seja formada por funcionários da própria empresa. Mas a ineficiência está comprovada. Mas aí vem a pergunta: existe mão de obra para isso? Ao todo, estima-se em 24 mil as barragens em todo o território nacional. Desse total, 790 são destinadas a rejeitos de mineração — e apenas 42% estão em situação regular; entenda-se por isso: são aos menos cadastradas. Os dados são da Agência Nacional de Águas (ANA). Há 31 órgãos federias e estaduais encarregados de fiscalizá-las. Muito órgão para pouca gente: apenas 154 servidores. Resumo: apenas 3% passaram por uma vistoria no ano passado. Projetos para tornar mais segura a atividade estão parados no Congresso — um outro está empacado na Assembleia Legislativa de Minas.
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