No relatório em que pede os indiciamentos, delegado é elogioso com os bravos da J&F. Logo alguém os sugere para panteão de heróis
No relatório em que pede o indiciamento de Marcelo Miller, Joesley Batista, Francisco de Assis Mora, Fernanda Tórtima e Esther Flesch, o delegado Cleyber Malta Lopes é bastante lhano com a turma da J&F. O doutor destaca que a tropa foi colaborativa, fornecendo os documentos pedidos e não criando embaraços à investigação. Como a gente sabe, se há coisa que esse pessoal demonstrou é a vocação para cometer crimes em penca — Joesley confessou 245 — e também para delatar. Com o objetivo, claro, de colaborar com a pátria, como não? E também de se livrar da cadeia, o que lhe havia sido garantido, inicialmente, por Rodrigo Janot, com a defesa entusiasmada de Edson Fachin, Roberto Barroto, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Não fosse a resistência do ministro Gilmar Mendes, os criminosos estariam, a esta altura, rindo da nossa cara em algum lugar paradisíaco, onde nós, da ralé que paga o esbulho, não entramos.
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