O GOPAPAGUE – Governo Paralelo do Paulo Guedes – contraria a indústria. Superministério só rivalizaria com o GOPASERMO, de Moro...
Paulo Guedes, o super-homem da economia — posto em silêncio obsequioso durante a campanha, depois que a Folha noticiou a sua intenção, vazada a investidores privados, de recriar a CPMF —, entrou, para usar um termo da psicanálise, "em mania" tão logo se anunciou o resultado das urnas. Destratou, por exemplo, desculpando-se mais tarde, uma jornalista argentina que teve a ousadia de indagar qual seria o futuro do Mercosul. Não é prioridade, como se sabe. A parte da indústria brasileira que tem nos países do bloco o seu principal mercado e que enfrentaria desvantagens competitivas no resto do mundo deve ter posto de molho parte de suas barbas.
E mergulhou o resto quando, num recuo do recuo, mas que ainda não está absolutamente certo, ficou sabendo que pode mesmo ser criado o GOPAPAGUE: o Governo Paralelo do Paulo Guedes, o superministério que vai juntar Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio. A Confederação Nacional da Indústria expressou sua contrariedade. Ao saber que empresários haviam reagido mal ao anúncio, Guedes mandou brasa: "Está havendo uma desindustrialização há mais de 30 anos; nós vamos salvar a indústria brasileira apesar dos industriais brasileiros". Lembro: em julho, os empresários presentes a um seminário da CNI aplaudiram o então candidato Bolsonaro quando disse: "Vou botar generais nos ministérios, sim. Qual o problema? Os anteriores botavam terroristas e corruptos, e ninguém falava nada". O que o discurso tinha a ver com o setor, além de nada? Agora tem. O GOPAPAGUE pode rivalizar em influência com o GOPASERMO: Governo Paralelo do Sérgio Moro, caso o ainda juiz aceite ser ministro de Bolsonaro.
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