O que há de favorável e desfavorável a Ciro e a Alckmin entre os partidos do tal Centro? Ou: a política entre economia e temperamento

Entre os líderes dos partidos do tal "Centro Democrático" (DEM, PP, PRB, SD e PR), o que há de favorável e desfavorável a Ciro Gomes (PDT) e a Geraldo Alckmin (PSDB)? A despeito de divergências, a conversa, dizem, flui com mais desenvoltura com o pedetista. Todos consideram que, em condições normais de temperatura e pressão, ele é mais competitivo do que o tucano. O fraquíssimo desempenho de Alckmin no Nordeste é um fator de peso, e se considera que tal performance é irreversível. Assim, seria necessário abrir uma vantagem muito larga no Sul e Sudeste para compensar aquela fraqueza. Poucos acreditam nisso.

Mas há dois óbices a Ciro: o primeiro está dado desde o início. As legendas do tal "centro" têm um viés mais liberal do que as ideias econômicas até agora esboçadas pelo candidato. E isso aproximaria a turma de Alckmin. O outro fator voltou a ter relevância nos últimos dias: o famoso "temperamento" do pedetista, que, um tanto explosivo, poderia comprometer a campanha. Nesse caso, a timidez de Alckmin, considerada habitualmente um problema, acaba virando um diferencial positivo.

Ciro, evidentemente, tem ciência dessas, vamos dizer assim, fragilidades. E pretende dar a elas uma resposta política. Vamos ver.